Está tudo no cérebro. É isso, pelo menos, que mostra um estudo publicado por uma equipa de investigadores da Universidade do Texas, que resolveu testar em ratinhos o que se passa nos circuitos neuronais relacionados com o apetite, quando os animais são sujeitos a uma regime prolongado de exercício moderado.
Assim sendo, a ideia era tentar perceber a aparente contradição entre o apetite que o exercício físico induz, e o resultado prático, a longo prazo, de o desporto combater os excessos alimentares, bem como a obesidade. Em que ficamos? – perguntaram-se os cientistas.
A resposta está na forma como a prática desportiva afeta os circuitos de indução e bloqueio do apetite. Informação revelada pelos autores no estudo que publicaram na revista Molecular Metabolism.
Para perceber como esses mecanismos neuronais funcionam, a equipa de Kevin W. Williams, um especialista nos circuitos neuronais do hipotálamo, da Universidade do Texas, decidiu fazer uma experiência que pudesse elucidar a forma como eles se relacionam entre si utilizando ratinhos aos quais foi aplicado um regime de corrida.
Os animais foram sujeitos a um período global de 60 minutos de corrida. Com três períodos de 20 minutos de descanso, após o que os animais podiam comer.
Os resultados mostraram que havia mais atividade no circuito neuronal que faz diminuir o apetite nos ratinhos corredores. Do mesmo modo que, a longo prazo, essas alterações tendiam a manter-se. Segundo Kevin W. Williams, tal como afirmou ao The New York Times, permite compreender “por que muitas pessoas dizem não ter grande apetite nas horas seguintes a uma prática desportiva”.